Do castelo a vista é ampla, o horizonte é enorme. Estamos a mil metros de altitude. Dava para ver o Mar Morto.
Os terrenos eram férteis e os caminhos foram ponto de passagem das rotas comerciais.

A edificação é obra dos cruzados. Construída na colina pedra do deserto, em 1142, por Payen le Bouteiller, lorde de Montreal e da província da Transjordânia.
Demorou 20 anos a construir.
Mas a fortaleza não esteve muito tempo nas mãos dos cruzados, menos de meio século.
Os ataques às caravanas, a peregrinos e a lugares sagrados do Islão incentivaram Saladino (Salah al-Din Yusuf ibn Ayub) a conquistar Karak aos cruzados.
Na sua história, Karak foi ainda capital de reinos árabes e o castelo acabou por ser refúgio de saqueadores.
Ainda hoje, os locais têm muito orgulho nas histórias sobre o castelo e a cidade.

À entrada um guia ofereceu-se para nos inserir nessa história. Recusámos mas, depois de muita insistência, tivemos a sua companhia.
Foi divertido.
Com um enorme entusiasmo, narrava como era a vida no interior do castelo.
Dos desgraçados que ficavam ali meses. O frio, a humidade, o vento.
O guia revelou-se ainda mais simpático quando nos mostrou a vista para a sua cidade. Quis mesmo tirar fotos.

O castelo é muito grande. Tem 220 metros de comprimento.
O edifício foi restaurado e algumas das partes mais bem preservadas encontravam-se nos subterrâneos.
Existia um pequeno museu no interior.
O castelo tem várias torres. Enormes.
De uma delas, durante a noite, a luz de um farol era o sinal até Jerusalém de que a fortaleza continuava nas mãos dos cruzados.
Antes, o acesso era feito por passagens subterrâneas.
O castelo tem dois corredores amplos. Ovais e feitos de pedra. Com a luz ficam em tons amarelados.
A arquitectura do piso mais alto é marcadamente dos cruzados.
A parte inferior tem traços mais antigos, atribuída ao povo Mamluk.
Numa das zonas, no interior, havia um espaço amplo. Com ruínas altas e largas.
A descida serpenteia o castelo. Permitiu ver várias perspectivas do monumento e a enorme encosta onde está situado. O mesmo se passa com a cidade que foi construída em volta do castelo.

Escavações realizadas no local mostraram que Karak já desempenhava um papel relevante antes da chegada dos cruzados
.
Esculturas, colunas e inscrições indicavam que a povoação perdura desde os tempos dos nabateus e que imprimia moeda própria.
Karak aparece destacada no mosaico de Madaba com o nome de Characmoba.
Algumas cenas do filme de Ridley Scott, The Kingdom of Heaven foram rodadas no castelo de Karak.
Karak está a 140 km a sul de Amã.
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