O fascínio começa logo à chegada.
No final da rua principal, em frente ao largo, deparamos com uma ilha cheia de aves.
Ao final da tarde, o rio Tejo, muito calmo, abraça a ilha verde com inúmeras aves brancas e pretas a regressar ao torreão.

São várias as espécies. A que tem maior número de aves é a garça-boieira, mas pode-se ainda encontrar a garça-branca-pequena, a garça-real, a garça-nocturna o papa-ratos e o colhereiro. Aqui pode obter informação detalhada.
O torreão das Garças fica a cerca de 200 metros do cais onde os barcos levam os visitantes em passeio pelo Tejo, às ilhas ou a praias fluviais.
Parece uma ilha mas de facto não o é. Trata-se de um torreão formado com as grandes cheias no Tejo em 1979.

Muitos dos visitantes optam por uma alternativa ao final da tarde. “Bater umas chapas de um pôr do sol muito bonito” conforme diz o Sr. Rogério que mora aqui há 25 anos e seu o dia a dia é casa e “bord’água”.
Escaroupim é uma aldeia avieira. Faz parte de um conjunto de pequenas comunidades junto ao Tejo que foram criadas a partir dos anos 30 do século passado.

No inverno, os pescadores da Praia da Vieira na Marinha Grande trocavam a pesca no mar pelo rio e vinham para aqui. Alves Redol chamou-os de Nómadas do Rio.

A pesca era de sável, saboga, barbodas e enguias.
As mulheres andavam depois a pé, dezenas de quilómetros, a vender o peixe.
Hoje em dia são muito poucos os pescadores e estas comunidades foram desaparecendo.

Escaroupim vai resistindo, como também a Palhota, que fica quase em frente, do outro lado do Tejo e que tem menos de 10 moradores.
Escaroupim é maior mas a Palhota é mais genuína.
Graças a projetos que procuram manter vivo este património, ainda é relativamente fácil identificar estas comunidades devido à casa avieira.

É de madeira, com cores vivas e assentes em estacas para evitar as cheias do rio. Na Palhota o teto era de palha de cana.
Em Escaroupim há um núcleo museológico da casa Típica Avieira e também um museu.,
As duas aldeias e o rio são locais fantásticos, em particular ao pôr do sol, para quem gosta de fotografia.

Outra característica comum é serem lugares calmos e com uma vivência muito próxima da natureza.
Escaroupim fica a 7 km de Salvaterra de Magos e tem um parque de campismo e um restaurante, próximo do cais. Convém reservar os passeios nos barcos.
A Palhota faz parte da freguesia da Valada, onde viveu Alves Redol.