Pode-se relaxar numa piscina natural, nas águas do Zambeze, a um metro do precipício das cataratas?

Sim, não só é possível como a Devils Pool
é um dos atrativos dos aventureiros que vão a Victoria Falls, do lado da Zâmbia, e que só é realizável nos meses secos – final de Outubro a Dezembro.
Encontrei um professor universitário norte-americano que se despediu da mulher com a fotografia da Devil’s Pool. Disse-lhe que pretendia ir às cataratas e saltar para a piscina natural. Era este o objetivo central da viagem. A mulher ficou incrédula e ele, após a experiência, apressou-se a ligar-lhe e tirá-la de cuidados…

A Devil’s Pool fica do lado da Zâmbia e para se ir até à piscina percorre-se a pé uma área de basalto, com uma vista tão sensacional como arrepiante para a falésia.

Em algumas partes do caminho há riachos e piscinas naturais onde miúdos costumam brincar.
Um pouco mais longe vê-se uma lagoa onde um casal de elefantes se tinha ido refrescar.

Pouco depois, já rio adentro, é preciso nadar e ter algum cuidado para evitar as rochas. Uma corda ajuda a fazer o percurso.
Na época seca, com um nível mais baixo, a água do Zambeze é calma. Noutra altura seria um suicídio fazer isto.
Havia uma ligeira corrente, dava alguma acalmia, mas a noção do risco está sempre presente com o som ensurdecedor da cascata.

Há guias que fazem este percurso ao lado dos aventureiros, posam e tiram fotografias, até mesmo à beira da falésia.
Um deles saltou para a Piscina do Diabo com um mortal.
A piscina do diabo não é grande, dá para meia dúzia de pessoas e foi criada com o processo erosivo da água.
Devido a um efeito natural, o basalto da piscina trava a força da corrente e não se sente a pressão a empurrar para o abismo, mesmo ali ao lado.

Quem está do outro lado da falésia, no Zimbabwe, tem uma visão mais dramática.
Olha para as pessoas a sorrir e a esbracejar na piscina, à beira da queda de água e depois baixa os olhos ao longo de 108 metros e apercebe-se do insólito paradoxo: divertidos mesmo próximos do abismo…