Um museu numa estação do Metro de Lisboa, uma das maiores colecções de instrumentos musicais na Europa e um acervo de 12 Tesouros Nacionais é o retrato síntese do Museu Nacional da Música.
Na entrada já deparamos com uma imagem invulgar.

Na estação do Alto dos Moinhos duas máquinas de bilhetes do Metro convivem com a vitrina do Museu que tem instrumentos musicais antigos muito bonitos e por isso captam a atenção de quem passa.

Quando há concertos no Museu costumam colocar colunas no exterior para os utilizadores do metropolitano também tirarem partido de alguns dos tesouros que estão no Museu.

O propósito não é apenas expor os instrumentos. Quer-se dar vida a cada um deles e, nesse sentido, após a adequada reparação caso seja necessária, é pô-los a tocar. Serem ouvidos e também dar vida ao Museu.

Muitos visitantes ficam fascinados com o design e o engenho dos instrumentos. Há uma grande variedade de peças. Por exemplo, um conjunto que capta a atenção são as flauta-bengala.

Os instrumentos são feitos dos mais diversos materiais e com decoração minuciosa.
O deslumbramento por algumas destas peças surpreende os visitantes mas, no entender de Graça Mendes Pinto, o maior encantamento é ouvi-los tocar.
Realizam-se vários concertos no interior do Museu e são oportunidades para ouvirmos preciosidades como um violoncelo Stradivarius de 1725 e que pertenceu ao rei D.Luis I.

Este ano terminou a reparação de dois cravos que são também raridades – um é de Pascal Taskin construído em 1782 para o Rei D. Luís XVI de França e está classificado como Tesouro Nacional, o outro cravo é da oficina portuguesa de Joaquim Antunes (1758) – e em breve também podem ser ouvidos em concertos no Museu e em outras salas.
Em situações mais excepcionais alguns destes instrumentos são utilizados em concertos no exterior. Aproveita-se a saída para estas salas para se realizarem gravações e, deste modo, preservar o sonoridade de cada uma das peças.
Este ano também houve outra iniciativa que surpreendeu muita gente. No Dia dos Museus foi transmitido um concerto do violoncelo Stradivarius Chevillard – Rei de Portugal em todas as estações do Metro de Lisboa através da aparelhagem sonora.
É muito provável que surjam novas oportunidades para mais concertos porque o acervo do Museu está sempre a aumentar e com base na generosidade de muitas pessoas e organizações públicas e privadas. Quase todas as semanas há mais uma doação. Uma das mais recentes foi um piano oferecido por um hotel. O Conservatório também ofereceu vários instrumentos antigos históricos o que irá aumentar significativamente o acervo.
Na verdade esta generosidade agrava o problema que o Museu vive há muitos anos. O espaço é reduzido e foi assumido como provisório, para duas décadas, que já foram ultrapassadas. Resulta de um protocolo com o Metro em 1994, no âmbito de Lisboa Capital Europeia da Cultura.

É um Museu nacional mas já tem esta sina. O seu embrião foi um coleccionador particular – o musicólogo Michel’Angelo Lambertini – e depois andou por vários locais até ficar dentro de caixas. Em breve ganhará uma nova localização onde podemos ver muito mais instrumentos que estão à guarda do Museu e que poderão ilustrar melhor porque é das maiores colecções europeias.
Os tesouros do Museu da Música faz parte do podcast semanal da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, Os tesouros do Museu da Música, pode ouvir aqui.
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