De borrachões se fazem muitos lanches e corridas de miúdos na rua com um doce na mão. Pelo menos na Beira Baixa onde é um doce tradicional. Em alturas festivas partilhava a mesa com Papas de Carolo, Arroz Doce ou Farófias.
Os borrachões devem o seu nome aos ingredientes, em particular bebidas alcoólicas que podem ser aguardente ou jeropiga ou vinho branco (de certa forma, a bebida alcoólica variava consoante o poder de compra de cada família). É numa quantidade pequena, o suficiente para dar um sabor à massa de farinha, açúcar e azeite. Antes de ir ao forno num tabuleiro a massa é polvilhada com ovo batido e um pouco de canela.
Há muitas famílias que fazem em casa e há também padarias que produzem em maior quantidade e várias vezes por semana. Uma das mais conhecidas é a Padaria de Medelim, da senhora Sofia, com muita gente de outras terras a parar todos os dias para comprar os famosos borrachões.
Há cerca de cinco décadas que produz borrachões. Primeiro na sua terra natal, em S. Miguel de Acha e depois em Medelim. Em alguns fins de semana chega a vender cerca de uma centena de quilos de borrachões.
Os borrachões são simples de fazer e revelam também o que era até ao passado recente a austeridade da doçaria de algumas regiões e segmentos populacionais mais pobres do país.
Os borrachões têm mais uma virtude devido à sua consistência: sem humidade duram imenso tempo, mais de dois meses.
Borrachões de Medelim faz parte do podcast semanal da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, Borrachões de Medelim, pode ouvir aqui.
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