É preciso descobrir. Não se deixe influenciar pela primeira impressão. É enganadora. Uma visão geral esconde os recantos da aldeia que são muito bonitos, como também as paredes das casas escondem que são de xisto.
Muitas estão caiadas mas é apenas uma capa de modernidade. Uma forma de esconder o rústico quando o xisto estava associado à pobreza.
A parte urbana de Sobral de São Miguel mais interessante é aqui, junto à ribeira. As construções de xisto cobrem as duas encostas.
Algumas têm mais de dois pisos e num dos lados os tons castanhos do xisto são apenas quebrados por uma fila de casas caiadas, pelo campanário branco da igreja Matriz.
Também pelo sobreiro que dizem ter mais de 500 anos.
Falei com uma senhora que tinha cortado meia dúzia de couves que transportava para o outro extremo da aldeia onde tinha quatro galinhas.
A horta fica numa zona bucólica junto a uma das três pontes que dá também acesso a um pequeno moinho de água. É propriedade de uma família que dividiram o uso pelos filhos.
No entanto, já trabalha pouco tempo, “os novos não se governam cá e os velhos já não podem”.
A agricultura, as minas da Panasqueira e pequenas unidades industriais encerraram ou deixaram de atrair os mais novos que foram para Lisboa ou para o estrangeiro. Alguns regressam por temporadas e, curiosamente, encontrei um casal em que o homem, francês, está muito mais entusiasmado com Sobral de São Miguel do que a mulher que nasceu na aldeia. O encontro foi num café junto à ribeira.
O dono é um artesão e todas as mesas foram feitas por ele e o café é vizinho da Ponte e da bonita fonte do Caratão.
Sobral de xisto de S. Miguel faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
Esta edição contou com o apoio do Turismo Centro de Portugal.
O Vou Ali e Já Venho tem o apoio:
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