“Like a bird” embalado pelo recordista mundial de paratrike

Voar. Liberdade. Embalado pelo ar e o conforto de estar a ser conduzido por um piloto experiente.
Olho para baixo. Os pés vão quase a mil metros de altura do solo! As casas o comboio, os carros… são brinquedos. Até o castelo de Palmela. E nós a voar, o vento nos leva tranquilamente.

Foi o meu batismo num parapente e com motor. Chamam de paratrike. A máquina tem um motor de 500cc.

Articulada com a asa do parapente e a perícia de Eduardo Lagoa, em menos de cinco segundos descolamos num terreno aberto próximo de Pinhal Novo.
É muito mais rápida a descolagem do que a experiência com o microlight.

Sentimos a força do vento, a propulsão do motor e em muito pouco tempo ganhamos altitude e a doce tranquilidade de voar.

A centenas de metros de altura partilhamos o que Gustave Flaubert bem exprimiu: “viajar torna uma pessoa modesta. Vê-se como é pequeno o lugar que ocupamos no Mundo”.

As formigas laboriosas, logo no inicio da manhã, seguem de carro ou de comboio para o trabalho e nós a voar. Livres. Casas, ruas, estradas… tudo é minúsculo. As exceções são as manchas verdes, a serra, o castelo de Palmela e os meus sapatos apoiados em pedais do paratrike.

Os céticos da ciência ficam convencidos de que a terra é redonda, basta olhar para a linha do horizonte. Outra certeza: é um voo tranquilo. 20 minutos contemplativos que, em alguns momentos, são partilhados nos diálogos com Eduardo Lagoa.

A adrenalina é desafiada na parte final, próximo do solo com o piloto a brincar com o aparelho. Subidas e descidas rápidas, passagens rentes ao solo, “8”… Depois aterramos de uma forma suave e curta. Ainda mais rápido do que na pista do aeroporto da Madeira.

Eduardo Lagoa

O motor, na explicação de Eduardo Lagoa, dá sustentação e a velocidade é definida pela asa.
Ele controla o conjunto com os pedais e os fios que fazem oscilar a asa.

Quando cheguei ao terreno descampado Eduardo já andava a voar com outro aparelho.

O nosso voo foi num paratrike bilugar e seguimos sentados. O mais comum é de uso individual e o aparelho é suspenso nos ombros, como uma mochila.

Eram vários os “cavaleiros do ar” que aproveitavam a manhã para voarem. Ajudam-se mutuamente, espreitam o voo de companheiros e, por vezes, comentam a sorrir uma alteração atmosférica e o efeito no voo.

Para voarem autonomamente tiveram uma longa aprendizagem. Mais em terra.

Alguns entram em competições, como é o caso de Eduardo Lagoa que tem um enorme palmarés, difícil de sintetizar. Recordista mundial, campeão nacional formador, selecionador nacional… várias décadas em diálogo com o vento nas alturas.

Partilha a experiência com muitas pessoas, algumas no batismo de voo em parapente, como foi o meu caso.
É frequente famílias reservarem a experiência e, em particular os estrangeiros, iniciam crianças com 7 ou 8 anos nos voos.

Nós aproveitamos uma promoção no inicio de Junho para um voo de 20 minutos no Pinhal Novo. A empresa, Flytime tem outros programas. A mesma experiência pode ser realizada em outras empresas, por exemplo na zona de Cascais ou de Pombal, com experiências igualmente variadas e que também abrangem zonas costeiras..
Muitos promovem cursos de parapente.

Deixe um comentário